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Fluência e Proficiência

Alguns dias atrás, eu respondi uma pergunta que deixaram pra mim lá nos Stories do Instagram que era mais ou menos assim: você acredita que dá pra ficar fluente em um mês?

Eu respondi que:

se a gente for considerar o real significado da palavra “fluência”... sim. É possível, sim, a pessoa ser fluente em um idioma com um mês. Porém, ela é fluente em falar o nome dela e de onde ela vem? Só isso? Quanto tempo de conversa, e que tipo de conversa essa pessoa consegue manter com essa fluência dela? Porque o conteúdo da conversa que você vai ter com uma pessoa não depende da sua fluência, e sim da sua proficiência no idioma.

Daí, algumas pessoas vieram me perguntar sobre essa diferença, porque muitos de nós sempre achou que fluência é o quanto você sabe de um idioma. Então, tô aqui pra tentar esclarecer um pouquinho disso.


Me observem enquanto eu deliberadamente copio e colo uma parte de um outro post meu aqui no blog:

O que é fluência?

De acordo com o dicionário: "Característica ou particularidade do que flui; fluidez. / Atributo do que é natural; em que há espontaneidade; espontâneo. / Qualidade da pessoa que se expressa com clareza."

Então, consideramos fluente em um idioma a pessoa que:

- fala com clareza, sem se atrapalhar ou hesitar (mesmo cometendo um erro aqui ou ali);

- sabe palavras e estruturas suficientes para se expressar de forma fluida (mesmo que genérica);

- se mantém confiante ao conversar e entregar sua mensagem.

Na minha opinião, uma pessoa consegue sim ser fluente com “pouco vocabulário”, e acredito que todos os professores de idiomas precisam estabelecer meios de desenvolver e praticar essa fluência nos alunos desde a primeira aula. Pelo menos é assim que eu gosto de trabalhar.

O que acontece é que ainda hoje existem pessoas que confundem ser fluente com ser proficiente em uma língua. E ser um NÃO significa que você é o outro.


E o que é proficiência?

De acordo com o dicionário²: “Capacidade para realizar algo, dominar certo assunto e ter aptidão em determinada área do conhecimento. / Competência. / Bom aproveitamento.”

Então, consideramos que uma pessoa proficiente:

- conhece uma gama de palavras e estruturas mais ampla, conseguindo expressar exatamente o que deseja, sendo mais preciso na mensagem;

- se expressa de forma mais sofisticada;

- consegue ser bem sucedido em uma conversa de qualquer assunto, amplitude e/ou duração.*

*Isso se a pessoa for AMBOS proficiente e fluente.

“Como assim, se a pessoa for ambos, Gabi?”

Sabe aquela história toda de “sei muito inglês, mas não consigo me expressar legal”? Isso é porque sua proficiência é até boa, mas sua fluência está aquém.

O que queremos é ser fluentes e proficientes no idioma, para que consigamos nos expressar da melhor forma possível, em qualquer situação.

Não adianta eu ser super confiante em pedir uma comida no restaurante, “I would like the...”, mas não saber dizer pro garçom que eu tenho alergia à camarão, por exemplo. Da mesma forma, não adianta eu saber exatamente o que dizer em um debate sobre Física Quântica, e não me sentir confiante para me expressar, e daí gaguejar, transparecer insegurança e ninguém me entender no final das contas.


E essa é uma birra que eu tenho com esse povo que fala que a pessoa vai ficar “fluente em seis meses”, mas não explica para o aluno o que é fluência de verdade, e deixa a pessoa achando que vai conseguir dar um discurso à lá Martin Luther King Jr. com seis meses de idioma.


Mas enfim, cada qual, cada qual.




“Então, Gabi, como eu faço pra desenvolver minha fluência e minha proficiência?”

Para isso, por favor, me observem novamente enquanto eu des-ca-ra-da-men-te copio e colo DE NOVO daquele meu post aqui:

Beleza. Então, como adquirimos fluência?

Prática. Falando, repetidamente e continuamente. Quanto mais temos a oportunidade de praticar nossa oratória, mais fluência adquirimos.

E, além disso, temos práticas que não são do idioma em si, mas que são (bem mais) valiosas:

- parar de se culpar e se julgar com os erros que comete, mas aprender com eles;

- levar seu processo de aprendizagem com mais leveza;

- se tornar consciente de suas vitórias e comemorar cada uma delas.

E a proficiência?

Pra desenvolver sua proficiência, você vai querer ampliar o seu conhecimento do idioma, ou seja, aprender vocabulário e construções novas e praticá-las no seu dia a dia. E praticar também o que você já sabe para ficar bem afiadinho.

Dessa forma você vai saber exatamente onde usar, por exemplo, as palavras “shiver” ou “shake” (ambas são ‘tremer’, mas de formas e por causas diferentes). Ou, outro exemplo, saber usar “I was thinking...” ou “I’m thinking...” (que são usados para expressar sentimentos e intenções diferentes).

Para praticar isso, talvez você queira:

- analisar contextos em músicas, filmes, vídeos, etc (ah, ele usou essa estrutura porque...);

- criar seus próprios diálogos / frases / textos;

- botar em prática em conversas.

E, pra conseguir juntar as duas, a palavra-chave é contextualização. Aprender palavras soltas não vai te ajudar na junção de proficiência + fluência, porque não adianta nada você saber a palavra/construção se você não consegue botar ela em prática.

Bom, acho que dá pra finalizar aqui, né?

Então, aqui está a diferença entre fluência e proficiência e como desenvolver as duas.

Espero que vocês tenham gostado, se tiverem dúvidas ou sugestões é só dar uma chegada lá no DM do Instagram, ou no e-mail que eu vou ficar feliz de falar com você!

Até a próxima!!


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