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"Fale inglês como um nativo!"

Meu Deus do céu, quantos e quantos teachers de idiomas já não escutaram essa frase, hein? Eu sei que eu escuto muito, e já falei demais também. Principalmente porque eu amo o sotaque australiano e meu sonho era falar igual a eles 😍


Mas... Se não somos nativos, por que essa bitolação doida em falar como um?


Como você recebe um gringo que fala pouco ou quase nada de português?

Super bem, né? Acha uma fofura, a coisa mais linda do mundo, parece até que tá vendo o Totoro bem na sua frente. 😓


Só da pessoa tentar falar meu idioma, eu já dou um grande crédito a ela, né? “Nossa, pensa no tempo e no esforço que ele teve pra aprender a falar meu idioma, olha só!"

E por quê que quando sou eu o gringo, que gastei o meu tempo e tive todo o meu esforço de aprender uma nova língua, eu me cobro e tenho que falar exatamente como os nativos?



Somos mais numerosos

A estimativa que tá rolando hoje em dia por aí é que os nativos falantes de inglês são mais ou menos uns 378 milhões de pessoas, enquanto os não-nativos tão chegando na casa dos BILHÃO. De acordo com o Ethnologue, somos mais ou menos 743 milhões de falantes de inglês como segunda língua. É mole?


E, vamos combinar, a maioria de nós aprende inglês pra falar com outros não-nativos. Aprendemos inglês para fechar negócios com chineses, ter reuniões com singapurianos, fazer cursos em escolas norueguesas, sermos treinados por alemães, turistar nos templos japoneses... Todos eles falantes de inglês como segunda (se não terceira) língua.

“Ah Gabi, não eu. Eu quero aprender inglês porque quero morar na Califórnia.”

Bem, não importa. Você vai ser sim o gringo lá de qualquer forma. E, além do mais, se você pensar assim, vai ter que aprender o inglês da Califórnia? Porque os nativos de Yorkshire falam com-ple-ta-men-te diferente dos californianos, não é verdade? Que que você tá fazendo lá naquela escola famosa que ensina inglês britânico, então?

Nos entendemos melhor (de todas as formas)

De acordo com Jennifer Jenkins, os não nativos costumam sim cometer pequenos erros de concordância, pronúncia, e blablabla. Porém, ela diz que somos muito melhores no que ela chama de “acomodação”, que significa que ajudamos uns aos outros de uma forma mais cooperativa, compartilhando nossos conhecimentos . E conclui dizendo que os não nativos parecem ser melhores na comunicação em inglês com estrangeiros do que os próprios nativos.”



Na minha opinião, isso acontece porque somos mais compreensivos uns com os outros, porque sabemos que a outra pessoa não está falando sua língua-materna e isso exige esforço, dedicação... né?



Então, por que esquecemos de nós? Por que não temos esse cuidado e essa compreensão com nós mesmos?

Devemos sim nos esforçar, estudar, praticar, tomarmos tempo e dedicação ao aprendizado do inglês (ou de qualquer outro idioma). O que não podemos é nos limitar, nos descartar, e nos desencorajar querendo alcançar esse patamar i-ne-xis-ten-te do “inglês de nativo”.

Nativo da onde, meus Deus? De qual classe social? Com qual nível de educação? Com qual background cultural? Cara, ser nativo não significa NADA além de ter nascido em um determinado país!

Agora, estar disposto a aprender um novo idioma totalmente diferente do seu em prol de um objetivo maior significa MUITA COISA, cê não acha não?

Fale inglês como um bilíngue. Como um poliglota.

Fale inglês como você.


Se você gostou desse texto, e conhece alguém que vai se beneficiar dele, compartilha com essa pessoa! Vamos acabar com esse mito limitante, por favor.

Te vejo na próxima!


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